10.9.14

Sabina e Jung, o dissidente



  Recomendo conhecer tudo o que pudermos sobre Sabina Spielrein,  uma das figuras mais emblemáticas da história da psicanálise, esse tema muito caro para mim (já  escrevi um livro sobre, Pas de deux com o analista:). Quando fui assistir A  Dangerous Method de Cronenberg já sabia quase tudo sobre a ambientação da peça levada ao cinema, porém devo confessar que não cheguei a me emocionar com o filme tanto como eu gostaria. Nem com o desempenho de Viggo Mortensen como Freud ( um Freud totalmente não convincente:) e nem com o de Keira Knightley (muitas caretas demais e uma postura um pouco forçada não ajudam a atriz a compor uma pessoa psicótica :) como a russa Sabina Spielrein. 
Sobre uma Sabina bem mais convincente, recomendo o filme a Jornada Da Alma, exibido há alguns anos e muito, muito vigoroso. E sobre Freud, é claro, não dá para esquecer o filme de Huston, Freud Além Da Alma ( para se viver Freud em drama , acho que não teria quem pudesse representá-lo. Talvez mesmo só um Woody Allen para achar um ator à altura, mesmo que em paródia, algum remake de Midnight in Viena!:) 


no entanto , adorei o desempenho de Michael Fassbender, em um papel também difícil de se compor, a do Dr. Jung.
Há algo tão sexy nesse ator, ele quase convence no filme que se alguém merece o crédito por liderar a psicanálise como a conhecemos hoje, esse alguém é o  Dr Jung, o suiço aristocrático, fogoso, idealista. 
O filme de Cronenberg pode não ser o melhor de sua carreira, definitivamente. Mas adorei o contraponto que faz entre as bibliotecas dos dois médicos: o consultório escuro e modesto de Freud, versus a sala iluminada e aristocrática de Jung . E a cena do lago foi aquela que mais me encantou, onde Keira (Sabina S:) está serena de vestido e chapéu brancos, e Michael (Dr Jung:) de costas, grave e pensativo, reflete sobre sua carreira e frustrações.






Menção honrosa para o ator  francês Vincent Cassel que interpreta o psiquiatra Otto Gross, o também ex- herdeiro freudiano, e o anjo mau que empurra Dr Jung a se entregar à seu desejo. Menção honrosa idem para a atriz coadjuvante Sarah Gadon, que brilha como a mulher de Jung, Emma (afinal as mulheres são super importantes na história da psicanálise, não? e Martha a mulher de Freud nem aparece no filme, peninha :)
 E um super crédito para Cronenberg que promoveu um revival do caso famoso e porque não da própria psicanálise! (associo também que Cristopher Hampton  o escritor da peça que deu origem à esse filme, também fez o roteiro para teatro de Ligações Perigosas, que poderia ser um outro título possível aqui, no blog da heddy... ok, viajei, sorry :), Love, HD  
  


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