26.1.21

Be my baby

        

 





 Chanel haute couture 2021, ao som de Be My Baby,  uma possibilidade de mostrar que a resiliência na moda independe de estações sombrias, vem ao encontro da mulher que ainda quer casar de cetim branco montaria com cauda de tulle, e quer dançar  feminina em saias com transparência e leveza , sonhar com lua de mel com pantalonas de glitter e conjuntos enfeitados com coroas de flores, o clássico tailleur que possa atravessar tempos incertos pisando em Mary Janes , essa coleção poderia ser 2022, 2023, pode já parecer dejá vu, mas como cantaria Piaf, Rien a Regretter/  Muitos dirão, alta costura em tempos pandêmicos, Paris reconfinando pela terceira vez? quem ousaria ? quem usaria ? onde mostraria ? para quem ? Mas ainda há artesãos na moda, há criadores, há tecidos nobres, há paetês, há aquele gostinho de reciclar um look mesmo que destinado para encantar um círculo familiar restrito, com cabelos mais simples e bijoux zero, só um relógio talvez/ De alguns meses para cá, pouco tenho visto  ou me interessado por moda , a não ser aquela mais active wear, mas hoje embalada por essa música que amo, em um remix nostálgico, apreciei como nunca a coleção de Virginie Viard apresentada para poucas eleitas como Marion Cotillard e Vanessa Paradis, esqueci por poucos minutos que o novo normal é invariavelmente pouco suportável, e que há estilistas dispostos a perpetuar o moodboard do hábito, esse do vestir, esse do injetar desejos nas veias, não por consumismo, mas por escapismo, só faltaria Julia Roberts cavalgando hoje como em Runaway Bride !

No comments:

Post a Comment