últimos dias de 2020 em um sítio relendo um livro que amo, pela décima vez : difícil resumir um ano onde fomos condenados a nos imobilizar, ficar em casa, nos afastar de quem amamos, parar de dançar em academias, ignorar as unhas despencando dentro de cutículas esgarçadas, tacar gilete nas pernas e minoxidil nos cabelos, fingir que estamos felizes, inventar novas estratégias, cuidar de nossa postura, tratar da lombar, recomeçar a fazer análise, dessa vez por zoom, esquecer o divã, gravitar na cama, traumatizar com a mínima febre, comparar um passado sem garantias de futuro, achar que mariposa grande pode ser morcego, admirar a natureza de um jeito emotivo, nadar se possível, senão boiar, deletar fotos repetidas, resistir a tentação em jogar peças inúteis no guarda roupa, (mas cuidado, vai que um dia:), planejar menus saudáveis, ter traquejo, levitar ao levantar, caminhar evitando cair, subir rampas de garagem , lembrar de rostos esquecidos, resistir ao impulso de tocar nos nossos familiares, focar no que é possível hoje sem great expectations, tentar dar sentido para a palavra da moda de 2020, reinventar, buscar resiliência, acreditar no poder se mexer, avanti, move, moving, remove, flexibilizar, perdoar, agradecer, transformar, ajudar, ouvir, procurar a graciosidade, nosso corpo está mandando uma mensagem, nada de encolher, é hora de crescer, alongar, todo dia é dia, de ler, de andar, de escrever, de relatar. |
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