23.4.12

Um livro (diferente:) sobre Paris

  Paris A Festa Continuou 





 1940-44, a festa continuou em cabarés, teatros e em um super aquecido mercado de arte. Paris ainda continuou a ser um farol cultural, escritores lá foram reverenciados como em nenhum lugar do mundo. Faço um resumo: embora arrasada militarmente, em Paris, tudo fervilhava, impulsionada pelos alemães. O teatro com Sacha Guitry, o balé com Serge Lifar na Ópera de Paris, o cinema com Danielle Darieux, a arte com a reabertura do Carnavalet, as pinturas com as mostras de Monet na Orangerie, as esculturas no Louvre , as editoras com nomes arianizados (!:).
 Recomendo esse livro da Cia das Letras que nos localiza quanto à artistas como Chaim Soutine, que foi deportado, e nos mostra que, se personalidades como Edith Piaf ajudaram  a esconder judeus, outras como Coco Chanel tiveram sua reputação  definitivamente arranhada.
Leio que a romancista Irène Nemirovski foi incrivelmente corajosa quando recebeu o seu mandato de prisão, e felizmente sua filha Elizabeth conseguiu publicar seu relato de guerra, a Suite Francesa, 62 anos depois. 
Difícil tarefa essa do autor, Alan Riding, em vasculhar o passado, já que se pode perdoar os artistas por terem se calado por medo, ou colaborado em nome de sua sobrevivência. Esse livro é corajoso em seu âmbito, não o de denunciar, mas o de informar. Não há como os protagonistas serem julgados, já que a maioria não vive mais.   
Descreve o período das trevas que é o nazismo, primordial, já que pesquisas recentes mostram que grande parte da população mundial de hoje nunca ouviu falar em holocausto. 


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